Jardim Sereno

Relembrando a primeira mensagem :

O Jardim da Universidade é lar de um espaço onde alunos costumam aparecer para fazer pequenos encontros, decorado com uma estrada de pedras que circulam uma chafariz bem elegante, flores elegantemente posicionadas e alguns bancos de praça torna o local bem agradável para descansar.

No fundo existe um prédio que dizem ser uma igreja, mas como o local está fechado faz tempo ninguém pode conferir seus conteúdos ou propósitos. Talvez seja uma área que será expandida futuramente em alguma reforma.

Rotas:

>>Arredores da Universidade - Visão Geral

*Uryuu cruzava os braços e fechava os olhos e dizia para Kagami* 

Uryuu: Creio eu que esse culto vai nos responder isso. 

*Uryuu esperava o culto começar ao lado dos meninos* 

Uryuu: Minhas memórias estão muito confusas... 

*Uryuu se tremia todo, como se fosse algo inabalável que passava por sua mente. Ele lembra de seu avô, o treinando.* 

Uryuu: Vovô? ~Dizi para si mesmo~. É ... eu estou ficando louco. tudo está tão confusos, será que alguém mexeu em nossas memórias? Kirei há de explicar isso para a gente.. ~resmunga~

Agradeceu a Kagami e sentou em um bancada enquanto abria a latinha de refrigerante. Estava na metade quando ouviu a declaração de Uryuu, fazendo com que parasse na hora. Recusou a oferta do amigo, dizendo que ainda se sentia um pouco cansada e que continuaria ali. Encarou a latinha em sua mão com a cabeça baixa, enquanto a mão livre ia até sua própria garganta. Sua mente nunca se esforçou tanto, afinal não era necessário, pois a menina havia aceitado seu destino de prontidão. Mas alguma coisa estava errada.

- O que está acontecendo comigo...?

Lagrimas escorriam por suas bochechas. De repente suas memorias estavam confusas. Isso só podia ser coisa da sua cabeça, certo? As palavras de Uryuu apenas a pegaram desprevenida. O que teve na noite passada foi um golpe de sorte.

- Não brinque comigo.

Kirei estava preparando os seus materiais quando ouviu a pergunta da garota.

"Não se preocupe, tudo já está pronto."

Após isso algumas pessoas começaram a entrar na igreja, eles pareciam moradores normais e assim a pequena igreja estava cheia.

"Boa Noite Igreja, vamos começar o culto."

E assim o culto prosseguiu... até chegar o seu fim, foram aproximadamente 1 hora de culto, nada muito grande, mas o suficiente para dar uma certa paz de espírito. Após o culto todos os moradores se retiraram do local e a igreja se encontrava do mesmo jeito que estava antes... mas todos estavam mais relaxados do que antes.

Kirei realmente era um Padre e tanto.

Ele agora estava arrumando algumas coisas para poder fechar a igreja em breve.

" Memórias .... "

O garoto por um momento voltou ao assunto de seus contatos de celular. Tinha que adicionar seus pais e seu irmão mais tarde mas... Naquele momento não se lembrava sequer dos nomes deles. Ouvindo o cara ao lado divagar sobre o avô e estar louco, Kagami levou a mão a própria cara por levá-lo a sério. Ele passou a prestar atenção no culto.

Seus olhos ficaram com um brilho sereno enquanto o culto acontecia, os mesmos olhos de alguém ferido tendo ganhado anestésico ou algo assim. Ficou aliviado de ver que ao menos a essa hora a igreja ficou cheia. 

Depois disso ele se levantou.

- Um segundinho vocês, eu vou perguntar uma coisa pro Padre.

E se levantou, se dirigindo ao mesmo.

-Senhor Kirei, pode me dizer os próximos dias que terá culto?

*Uryuu achou o culto muito chato, ele esperou que o culto desvendaria todas as suas dúvidas e assim Uryuu levanta bem puto indo em direção ao padre* 

Uryuu: Não acha que precisa nos dizer algumas coisas, Kirei? 

*Uryuu após dizer isso voltava ao seu lugar esperando que algo acontecesse, ele já estava quase de saida mas estava esperando algo acontecer e assim dizia para o menino de cabelos brancos* 

Uryuu: Olá, qual é o seu nome? Eu me chamo Uryuu. Você não acha muito confuso sobre oquê o Padre disse? será mesmo que nossas memórias tiveram alguma alteração? 

*Uryuu após fazer várias perguntas para o menino continuava sentado mantendo os seus olhos bem aberto, não se misturou com o pessoal mas tinha uns moleques que o tiraram do sério graças ao barulho, mas Uryuu continuo sentado assistindo.* 

Uryuu: Hmm.

Kirei primeiramente responde a pergunta de Kagami.

"Nosso próximo culto só será feito no próximo mês. As irmãs Aozaki irão precisar dessa igreja para realizar o trabalho delas."

E depois, sendo aproximado pelos dois garotos, Kirei ri de uma maneira um tanto quanto estranha.


"Parece que estão tendo perguntas bem profundas não é mesmo? Infelizmente, minhas opiniões não são aceitáveis para outras pessoas. O que eu ou qualquer uma das pessoas aqui acha ser correto ou real, pode não ser necessariamente correto ou real para você. A verdade é relativa assim como é a realidade e a existência do homem. Assim como nós limitamos nossas ações por meio de leis, nossa realidade é limitada por nossas concepções."

Kirei olhou para o relógio, já era extremamente tarde.


"Sinto muito, mas eu acho que é a hora de vocês irem para casa agora... afinal: vocês possuem aula amanhã. Não precisam me responder nada, apenas carreguem essas palavras e reflitam nessa noite."

Aquelas palavras foram a última coisa que eles se lembraram daquela noite.

Aparentemente após tudo aquilo, Kirei fechou a Igreja e todos que ali estavam foram para seus alojamentos.

---FIM DO 2º DIA---

Puxando um pouco a saia para que lhe cobrisse o joelho machucado, embora tivesse sido em vão, e enfiando ambas as mãos também machucadas no casaco, ela entrou na igreja e se sentou nem muito perto do altar e nem muito perto da saída.

Fechou os olhos por alguns segundo, aproveitando o silêncio e calmaria. Mais um flash passou em sua mente, mas desta vez estava preparada para isso. Ela quase sentia o cheiro da mata, mesmo que sua visão ainda estivesse embaçada e ela só enxergasse um verde corrido, conseguia diferencia o longo caminho de uma floresta. Ela só andava sem rumo até  ver uma linda flor, inocentemente seguindo-a. Abriu os olhos quando sentiu o peito apertar, a mesma sensação de cair em um sonho.

- Haha... O que foi isso?

Sua mão estava tremendo quando as tirou do casaco para encostar as pontas dos dedos na testa, deixando os machucados bem evidentes diante de seus olhos.

Uma garota de cabelos longos e vermelhos que estava sentada em um dos bancos da igreja acaba por notar o comportamento estranho de Anastasia e decide se aproximar.

"Ei. Você está bem?" - A garota estava genuinamente preocupada com Anastasia mesmo sendo a primeira vez que eles se encontraram.

Aparentemente Aozaki Touko também estava no seu mesmo lugar de sempre, mas ela continuava desinteressada como de costume.

- Ah!

Endireitou a postura, acenando com a mão enquanto um sorriso sem graça aparecia.

- Estou sim! Digo, a igreja é lugar sempre tão quieto e silencioso, achei que conseguiria me acalmar aqui...

Respirou fundo e levou a mão até o peito, realmente sentia-se mais calma.

Aoko fez uma expressão de desapontamento.


"Menina, eu consigo ver 'mentira' escrito no seu rosto claro como um sol. Venha aqui."

Ela apenas coloca a mão em seu peito e pede para ela.

"Feche seus olhos e respire em intervalos longos, tente evitar qualquer tipo de pensamento ruim. Pra ajudar você pode tentar visualizar meu rosto. Confie em mim, eu já fiz isso várias vezes."

Ela esperava pela coperação da garota.

- C-Certo!

Sentiu-se envergonhada por ser pega na mentira, mas no fundo feliz por ter alguém a ajudando, mesmo que não fosse do jeito que realmente precisava. Fez o que lhe foi dito, respirando com calma e pensando no rosto sorridente da mulher, aos poucos o músculos de seu corpo foram perdendo a tensão, até que seus ombros estivesses relaxados.

- Funcionou...

Um sorriso fraco, porém inteiramente feliz por não sentir o corpo duro como pedra.

Aoko tocou a garota, ela claramente se sentia mais tranquila, mas algo mais tinha acontecido.

A dor tinha sumido completamente. Até mesmo as feridas tinham desaparecido. Nada restava. Apenas um alívio.

"Pronto, acho que isso deve dar conta do recado. De qualquer forma, eu sou Aozaki Aoko. Eu estou trabalhando com minha irmã Touko para dar apoio mental, físico e espiritual."

Touko no fundo apenas comenta "Não acha que você esta sendo específica demais? Não saia correndo a boca assim, Aoko."

Aoko ignora o comentario ácido de sua irmã e continua a acalmar Anastasia.

- Meu nome é Anastasia! Prazer... em conhec...

Abriu e fechou as mãos. Onde antes se encontravam pequenos e médios cortes na palma da mão, agora só se via a pele lisa e branca. Anastasia piscou várias vezes enquanto encarava as próprias mãos, seguindo para os olhos. As meias ainda estavam rasgadas, mas os machucados também haviam sumido.

- Co... Como...

Tentou manter a calma que tanto lutou para conseguir, embora fosse bem difícil diante da situação.

Touko percebeu algo de errado e vendo o estado da garota escolheu se interver.

"Oi. Você, Anastasia né? Venha comigo por um instante. Você também Aoko."

Ela tinha guiado a garota mais para dentro da igreja, ela então aperta um botão no celular dela, trancando a porta da Igreja. Mas o som era imperceptível ao ouvido humano.

Kagami seguiu o professor tomando o cuidado de não ser visto, mas preocupado mais em não perdê-lo de vista que em não ser notado. Em outras ocasiões teria parado pra admirar a beleza do jardim, mas não era o momento.

Chegou logo atrás, respirando fundo o ar daquele jardim, dando um pequeno sorriso enquanto aquela nuvem na sua mente se dissipava. Voltou sua atenção logo a sua frente, agora se atentando sobre o que iria acontecer.

- Ah... Estou indo!

Levantou-se um pouco desajeitada, mas seguiu a mulher o melhor que conseguiu, afinal ainda olhava de relance para as mãos, esperando que os machucados aparecessem a qualquer hora.

Ao entrar no jardim, uma coisa podia ser notada.

Era óbvio.

O Jardim com flores lindas e bem cuidadas, bancos e uma estrada de pedra rodeando uma linda fonte, mas em todos os lugares.

Corpos.

Vários Corpos.

Corpos de outros estudantes.
Não eram 1 ou 2. Eram vários, provavelmente mais de 10.


E em pé olhando para a porta da Igreja estava Kuzuki-sensei.

Kagami e Sokeri estavam com a intenção de se esconder, mas após isso estavam completamente expostos, paralisados. Estariam eles paralisados de medo? De qualquer forma, Kuzuki estava ali: eles correriam ou tentariam falar com ele?

Kagami estava de olhos arregalados mas sem mudar muito a expressão do seu rosto. Por um momento veio o susto. Mas nem seu corpo nem sua mente reagiram como deveriam. Por que se sentia como se estivesse acostumado a ver gente assim?

Ele olhou pro professor. Se ele estava ali também não parecia se afetar pelos corpos.

-Oi... Sensei... O que é isto?

Talvez a decisão lógica fosse correr. Mas algo lhe dizia que correr não adiantaria. Uma lembrança gelou ele completamente enquanto encarava o professor. 

"Você terá uma morte horrível, lembre-se."

Cobriu a boca com as duas mãos de imediato, sentindo os olhos se enchendo de lágrimas enquanto observava aquela cena. Suas pernas tremiam e sentia estar paralisada no lugar. O que havia de errado ali? Por que aquilo estava ali?

- Po-por que...

Imediatamente seus olhos buscaram desesperadamente pelo rosto dos seus amigos, Zach, Vegas... Ergueu o olhar para o outro aluno, sem conseguir se mover. Ele parecia estar com tanto medo quanto ela... Estaria?

Mas, aquilo... Aquilo não podia ser obra do professor, podia? Não podia... O assassino... Ele tava atrás dele, não estava?...

-... Isso é real..?

O homem em pé ali não estava agindo como o professor de sempre, uma aura maligna de agressão enche todo o ar. Em seus pés tinham corpos dos estudantes... mortos?

Ele imediatamente se vira.


"Porquê vocês vieram aqui? Eu tinha certeza que tinha isolado essa passagem. -eu acho que vou testar vocês."

Os seus lábios mal se moveram, mas no próximo instante-

Kagami e Sokeri foram golpeados por uma força invisível e se contorcem no chão de dor. Pensamentos caóticos se enterram em seus cérebros como grãos de areia.

"O que aconteceu? Eu não consigo mecher meus membros? Kuzuki não se moveu. Não tem ninguém por perto..."

Quem?

Porque?

Como-?

Os pensamentos se embolam. O coração acelera.


"Eu vejo o que vocês são agora.... não são vocês, pelo jeito."

A voz dele estava se tornando distante... e depois.
Vazio. Eles dois tinham desmaiado.

Minutos depois, ambos se levantam.

O local estava vazio, Kuzuki não estava lá.
E nem os corpos?

Seria tudo aquilo um sonho?
Provavelmente não, seus corpos ainda doiam.

Quando Kagami se contorceu no chão uma das poucas coisas que passaram pela sua cabeça foi:

"Tenho que aguentar. Eu consigo. Eu preciso. "


As palavras do professor ecoaram em sua mente.

"Não são vocês pelo visto"


Ao acordar e se levantar, olhou pras próprias mãos e os músculos doiam. Um pensamento ecoou baixinho na sua mente, baixo demais pra lhe dar qualquer atenção.

"De novo"


Observou o lugar, se lembrando das palavras de Kirei. 

"A verdade é relativa assim como a realidade"


Tentando processar o que ocorrou se virou para a garota ao lado.

- Ei. Você é da minha turma, certo? Você está bem? Consegue andar?

Enquanto isso seu cérebro observava o jardim, pensando em como ir para "aquele lugar de novo". Se pela ausência de corpos esse não era o local, só poderia ser " outra coisa", certo?