Jardim Sereno

Relembrando a primeira mensagem :

O Jardim da Universidade é lar de um espaço onde alunos costumam aparecer para fazer pequenos encontros, decorado com uma estrada de pedras que circulam uma chafariz bem elegante, flores elegantemente posicionadas e alguns bancos de praça torna o local bem agradável para descansar.

No fundo existe um prédio que dizem ser uma igreja, mas como o local está fechado faz tempo ninguém pode conferir seus conteúdos ou propósitos. Talvez seja uma área que será expandida futuramente em alguma reforma.

Rotas:

>>Arredores da Universidade - Visão Geral

- Hm...

Concordou com a cabeça, pegando um papel e caneta em sua mochila para anotar o número de Kagami.

- Melhor passar uma mensagem quando chegarmos, para não preocupa-lo.

Sorriu uma última vez para Sokeri e seguiu andando.

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Sorriu e simplesmente observou conforme tudo terminava de ser arranjado e acompanhou Anastasia até os alojamentos conforme seguiam.

Tinha muitas perguntas... Será que poderia falar com a Tohsaka amanhã? Esperava que sim.


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Ao chegar, olhava pra todos os lados procurando Anastasia, olhando tão rápido que mal estava processando o que estava enxergando.

"Deus, por favor, se eu puder pedir um único milagre, deixe que viva... "

O local parecia o local de um pesadelo.

A fonte que antes imbuia o local com felicidade e beleza agora estava destruida.
Suas águas cristalinas estavam manchadas de vermelho.

No meio dos destroços daquela fonte, jazia um corpo.

O corpo morto sem vida de Anastasia Mason... ou o que tinha restado dele.

Kagami não conseguia olhar diretamente para lá.

Olhava apenas o chão. Em um segundo toda a sensação morna que tinha conseguido por esses dias se esvaiu. Era como se o corpo todo tivesse perdido vários graus.

Não podia ser. Alguém deve ter tido empurrado ela, era o que pensava. Sua mente procurava alguém pra culpar, enquanto o medo e a raiva praticamente faziam seus olhos verem nada além de preto.

Apenas as imagens dos breves momentos com a amiga passavam pela cabeça dele agora.

De novo. Não sobrou nada. Não importa o que eu tenha, é tirado de mim. 


Levou a mão até o rosto, cobrindo o olho enquanto a outra mão basicamente se enterrava na própria costela por não conseguir conter o desespero que sentia naquele momento. 

A única outra emoção que tentava lutar contra o desespero... Era a ira... Essa ira que tinha invadido seu corpo como se uma represa tivesse sido quebrada...

Um mundo assim sequer merece existir. 


Inúmeros pensamentos iam com a velocidade de um caleidoscópio na sua cabeça, a ponto de nem perceber que a reação de seu corpo foi pular em cima do amigo e agarrar o pescoço dele com uma das mãos.

Aquilo foi super efetivo. Kagami imediatamente largou o amigo e ajoelhou no chão,  com as mãos indo até a parte dolorida, olhando pra baixo, não sabendo se aguentava a dor mental, emocional ou corporal naquele momento. .

Ele simplesmente não conseguia digerir o que tinha acontecido com Anastasia, e agora tentava processar o que tinha feito. 


-Aaaaa....!!! 

Ele socou o chão com ambas as mãos,  e ficou ali, caído,  sem saber como raios esvair tudo o que estava sentido. Já doía a idéia de que jamais se encontraria com Anastasia na lanchonete,  doía sua virilha por causa de um chute muito bem dado, e com certeza merecido,  e agora doía a consciência também por ter atacado uma das poucas pessoas que realmente considerava como amigo.

Kagami parou um pouco. Parou pra processar o que o amigo disse, e aí caiu uma ficha.

Não queria que aquilo acontecesse de novo. Por que queria ficar mais forte ? Para que esse tipo de coisa não acontecesse de novo.


Ele pegou a mão dele e levantou, apertando a mão um tanto apertado.  

-Aa... Eu., vou confiar em você.  Então não ouse morrer ou eu mesmo te mato. 

A cara estava vermelha de falar essa bobagem, mas os olhos voltaram a se acender com determinação.  Ele se dirigiu à porta da igreja e entrou.

Dentro daquela igreja que se mantinha igual em todos os dias, as irmãs Aozaki apenas relaxavam sentadas em cadeiras posicionadas perto do altar.

Ao ver as duas daquele jeito, e abrir a boca para dirigir se a elas, sentiu o gelo cortar o próprio corpo enquanto proferia as palavras.  

- Touko...san... A... minha amiga... Acabou de se jogar do telhado. 

Era como dar um soco na própria cara. O chute de Zach tinha doído menos, 

-O... o que eu faço ?

Touko se surpreende com a entrada repentina do garoto.


"Eu recomendaria você chamar a ambulância, mas como ela pulou do telhado eu acho melhor ligar para a funerária..."

Ela apaga o cigarro dela e joga na lixeira. Ela não parecia surpresa, era quase como se ela já soubesse disso, mas ela era sorrateira o suficiente para ocultar sua expressão.


"O que você quer que eu faça? Eu não lido com corpos, apenas pessoas vivas... além disso não tem alguém ali parado no lado de fora? Talvez você deva falar com ele."

Ela estava apontando para alguém lá fora, aquele alguém era Leonardo B. Harway.

Quase ia xingar a psicóloga,  por causa do jeito que ela estava falando, mas lembrou um pouco da própria indiferença quando foi atacado com Sokeri, e conseguiu se controlar um pouco. 

Ele olhou para o garoto, se perguntando por que ela disse que deveria falar com ele. 

...Não. ..

Foi andando um tanto rápido até o garoto suspeito da sala de aula. 

-O que você está fazendo aqui ?

Talvez acabasse soando um pouco rude pelo humor atual.

Leo estava abaixado inspecionando o corpo de Anastasia quando Kagami chegou.

"...Ah, eu me lembro de você. Kagami-san, não é mesmo?"

Leo então se levanta.

"Eu realmente achei que nunca mais nos viríamos, mas quando eu estava me preparando para sair eu acabei vendo essa tragédia pela janela, logo eu vim aqui o mais rápido possível."

Leo olha para Kagami com uma expressão um tanto séria.

"É realmente uma pena, mas parece que ela fez isso de propósito. Eu chequei as câmeras de segurança e apenas ela tinha ido para o telhado." 

Leo apenas olha para Zach que tinha feito uma pergunta um tanto indelicada.

"Eu não vejo o porque de eu ter que me explicar para você, mas se deseja saber, eu pedi para Kuzuki-sensei checar para mim. Ele confirmou que apenas ela tinha ido para lá e agora ele está indo contactar a ambulância."

Leo respondeu em um tom bem respeitoso apesar dele claramente não ter gostado do tom de Zach.

"No entanto eu acho que devíamos se preocupar no que fazer nesse instante ao invés de cegamente distribuir acusações."

Quando ouviu tudo aquilo, especialmente o nome do professor, Kagami levantou a guarda de forma que sua primeira reação foi tentar neutralizar a própria expressão o máximo possível para que Leo não identificasse o que passava na sua cabeça. Saberia ele algo a respeito do professor ? Mais um aluno que não tivesse idéia ? Nesse ponto era impossível que a última opção fosse a correta.

Kagami colocou a mão na frente de Zach, entre ele e Leo, o que talvez parecesse que era pro amigo não avançar no outro. Mas pelo ataque da última vez foi um reflexo para protegê lo.

Sua voz saiu neutra e seca como de uma máquina.  

-Tudo bem, ele tem razão. Não somos policiais nem detetives pra sair acusando ninguém. 

Se dirigiu à Leo.

-Você parece ter alguma idéia melhor do que se pode fazer a respeito, ela era minha melhor amiga. Ela não parecia estar tão mal para chegar a esse ponto, você viu as câmeras,  tem idéia do que pode ter acontecido ?

Na verdade mentiu quando disse que ela não parecia mal, tinha notado que ela estava incomodada por algo. Restava descobrir o que.

Leo observou o corpo da garota com mais detalhes e ficou um tanto surpresa.

"Humm, então essa foi a rota que você encontrou... um tanto radical, mas consigo ver o porque."

Leo se levanta após o monólogo dele e se vira para os dois garotos.

"Parece que essa foi a rota que ela escolheu. Era algo que apenas ela poderia fazer, abandonando seu corpo e vida para renascer como uma mestra... no entanto o processo ainda não está completo."

Leo tira um papel estranho do bolso e arremessa no corpo de Anastasia. Aquele papel queima o corpo por completo restando nada além de cinzas. Sem expressão. Sem nada.

"Não se assustem, isso foi para facilitar ela separar a alma do corpo falecido dela... agora, já que vocês eram amigos dela eu acho que o justo é eu mostrar para vocês sobre o que ela queria fazer."

Ele se alarmou quando Leo fez aquilo com o corpo da garota e usou cada pingo de controle que lhe restava para manter a face o mais tranquila possível.  

Aquela palavra que ele falou.... mestre.... Ele tinha passado por ela antes. Naquele livro esquisito. Mas se referiam à mesma coisa ? Mas uma outra palavra lhe foi ainda mais interessante. 

-" Não se assustem" ... Você disse que não nos veríamos mais, mas você ainda era da nossa turma. Podemos confiar em você,  certo ? Você fala em renascer... Tem alguma chance de podermos vê la de novo ? Por favor. .. mostre nos. Ela ...É muito importante pra mim. 

Ele olhou para baixo nessa hora. Primeiro por que não sabia se podia confiar nele. Talvez pudesse ser ua armadilha e os dois acabassem mortos. Depois, por que realmente era maçante ter que continuar nesse assunto. E por último. .. Talvez fosse algo cretino de sua parte, considerando o que o amigo disse, mas se fosse algo realmente arriscado o protegeria com sua vida.

Leo sorriu e respondeu Kagami.


"Bem, eu posso te dizer que sim, essa era a minha intenção. No entanto, eu não podia deixar algo nessa escala passar despercebido por mim."

Leo ficou com uma expressão mais séria.

"Rever ela? Acredito que existe uma grande chance, mas não sei se vocês vão realmente querer se ver após descobrirem a verdade."

O garoto se vira saindo em passos leves.

"Eu estarei esperando por vocês dois no ginásio. Vocês tem o direito de saber a verdade, mas também tem o direito de se manterem ignorantes a ela. Uma vez que você aprender a verdade você pode acabar se arrependendo."

Leo não estava mais lá.

Acredito que existe uma grande chance


Esperança. Aquilo que não sentia a muito tempo se acendeu no fundo de seu peito. Esperança de rever alguém importante. 

Talvez a verdade não fosse ser agradável,  mas continuar na ignorância. .. Isso ele já sabia o quanto era desconfortável.  Ele começou a correr na direção do ginásio. 

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