Jardim Sereno

Relembrando a primeira mensagem :

O Jardim da Universidade é lar de um espaço onde alunos costumam aparecer para fazer pequenos encontros, decorado com uma estrada de pedras que circulam uma chafariz bem elegante, flores elegantemente posicionadas e alguns bancos de praça torna o local bem agradável para descansar.

No fundo existe um prédio que dizem ser uma igreja, mas como o local está fechado faz tempo ninguém pode conferir seus conteúdos ou propósitos. Talvez seja uma área que será expandida futuramente em alguma reforma.

Rotas:

>>Arredores da Universidade - Visão Geral

- Prazer em conhecê-la moça. Meu nome é Akatsuki Kagami. 

O garoto se levantou um pouco pra se inclinar em sinal de respeito um pouco e voltou a sentar-se, colocando a mochila em cima das pernas e a garrafa em cima pra não molhar o banco.

- Se não for muito incômodo eu vou ficar mais um pouco. Não vou fazer confusão como aquele outro.

E ficou ali, por um tempinho, observando os detalhes, esperando a tarde passar, quase. Também era bom poder ficar num lugar tranquilo agora que a baderna tinha passado.

Touko apenas fechou os olhos e respondeu.

"Sinta-se à vontade."

O lugar era bonito, mas não muito extravagante. Isso lhe trazia calma. Começou a beber o refrigerante, por que, já que tinham jogado pra ele, melhor beber do que deixar esquentar ou jogar fora. Nisso, parou pra pensar que talvez ficar ali fosse ficar entediante pra sua nova.. amiga? Podia se chamar alguém de amigo conhecendo tão rápido? Ao menos tinha ouvido o outro cara dizer pra garota que ela tinha arrumado uma amiga. Talvez seria melhor que ele parasse de alugá-la e deixar ambas se encontrarem? Talvez fazer amigos fosse algo mais simples e ele estava pensando demais.

[ Ainda não caiu a ficha de que a "garota" era ele ]

Ele pegou o mapa da escola novamente. Pelo visto a universidade tinha vários clubes relacionados a treinar o físico. Isso era uma coisa boa, pensava. Podia escolher um desses talvez. Mas ainda teria que procurar o padre no dia seguinte. Talvez se pudesse ajudar em algo na igreja não lhe sobrasse tempo pra mais muita coisa. Pensou que o lugar podia ser um bom lugar pra ler, enquanto estivesse vazio, ao contrário da biblioteca que imaginava cheia de gente. 

Procurou no mapa do interior da escola por outros clubes. Tinham salas para vários assuntos, embora não dissessem clube, especificamente. Ver a praça de alimentação lhe lembrou que tinha que passar no supermercado. E.... tinha uma coisa esquisita. 

Aquele corredor. Não era necessário ser arquiteto pra ver no mapa que, aquilo estava mal construido? ou que não tinha proposito? Talvez fosse daquelas areas que os delinquentes aproveitam pra pegar garotas ou fazer bobagem. Independente disso, a existência daquele corredor não lhe fazia sentido. O que o lembrou de uma de suas dúvidas ao ver a igreja no mapa.

- Touko-san... A quanto tempo você está aqui na igreja, e na universidade?

Por um longo tempo, Anastácia ficou com a boca aberta, esperando o rapaz terminar de falar. Mas assim que o fez ele já tinha ido embora. E novamente ficou tenpo demais com a lata de refrigerante na mão, olhando para a porta.

- É Anastasia...

Com um suspiro, ela se levantou e foi até Kagami e depositou um beijo em seu rosto.

- Kagami, preciso ir encontrar minha irmã. Mas definitivamente eu voltarei aqui amanhã com você, Okay? É uma promessa!

Sorrindo gentilmente, ela prendeu o próprio dedo mindinho ao dele antes de acenar para os dois e ir em direção a porta.

- Você também Touko-san! Até a próxima!

O garoto ficou mais vermelho que um tomate ao ganhar o beijo.

- A..a .. até amanhã....

E ficou ali parado, com os olhos arregalados e a cara vermelha com o dedo mindinho ainda pra cima, processando as informações e olhando pro nada, quase esquecendo que fez uma pergunta à outra moça.

Touko viu a garota partir e para não ser desrespeitosa, respondeu a pergunta de Kagami.

"Eu estou aqui faz bem pouco tempo, acredite se quiser, algo entre 1 ou 2 meses?"

Ela faz um gesto de alguém que não se lembrasse dos detalhes.

"Enfim, eu só preciso ficar aqui até eu terminar o meu trabalho, mas parece que só vai começar semana que vem. Eu devia ter feito como minha irmã e só ter aparecido quando fosse a hora."

- Um ou dois meses... Esta igreja é muito antiga? E.. qual o seu trabalho?

Touko pensou por um tempo.


"Quanto tempo essa igreja existe? Eu não faço ideia, nunca me importei tanto com os lugares onde eu trabalho."


"E sobre meu trabalho...? Eu acho que pode se dizer que meu dever é cuidar da alma dos alunos dessa universidade, acho que por isso que me cederam esse local."

Ela fala em um tom sério, mas logo em seguida revela um tom sarcástico.

"O que eu quis dizer é que eu sou uma psicóloga."

Touko sorriu para o rapaz.

- Do jeito que está bem cuidada a igreja parece nova... Eu fiquei curioso por que achei bem diferente uma igreja dentro da universidade. Já que não é uma universidade católica. 

Ele ficou um pouco sem reação com as palavras dela. 

-... Woa. Você me pegou nessa ~

Ele riu um pouquinho. 

-Deve ser difícil ser psicóloga com alunos como aquele de agora pouco não? ~

Ele falou em tom de brincadeira mesmo.

- Fora isso... eu... acho que se você é psicóloga você pode me dar uma ajudinha....

Ele corou, olhando pro lado.

Touko se surpreendeu com o garoto.

"Hum? Qual o problema, amoroso? Emocional? Financeiro? Eu posso ou não ter uma ajuda para seus problemas."

Diz Touko enquanto acende um cigarro (que não era de tabaco, devido as leis da universidade).

O garoto olhou pra baixo um pouco, cutucando os próprios dedos em claro sinal de nervosismo. 

- Não é nem amoroso nem financeiro... Emocional eu não tenho certeza.... É que... meio que... desde de manhã eu tô vendo as pessoas se enturmarem, e ... bom... eu... acho que eu fico com medo de me aproximar das pessoas. Eu não sei por que isso... Não é como se alguém tivesse me feito algo de ruim nem nada.... Ah, só hoje de tarde que um babaca ignorante me empurrou no chão mas... Fora isso... eu não sei ... Eu só... não consigo me aproximar dos outros.

Touko suspirou e olhou para o rapaz.

"É apenas isso? Escute, Kagami, não existe nada de errado em ficar sozinho. De toda nossa vida, nunca iremos conhecer nem mesmo 0,001% das pessoas do mundo. Imagine isso, mais de 99,999% das pessoas do mundo são desconhecidas para nós e provavelmente nunca iremos nos aproximar delas."

Ela ajeita seus óculos.

"O que eu estou tentando dizer é: não se foque em números, foque em qualidade. As vezes aquela única garota que esteve te acompanhando conta mais do que a capacidade de se aproximar de qualquer pessoa. Assim você consegue ter foco, consegue distinguir aquilo que acham que você precisa e do que você realmente quer."


"Logo meu conselho? Pare de pensar em como se aproximar do resto das pessoas dessa universidade e pense em meios de se tornar amigo daquela garota... assim que você conseguir a amizade dela, você pode começar a pensar na sua próxima amizade e de pouco em pouco você irá formar um círculo de pessoas que poderá se importar."

Novamente ele ficou sem palavras por alguns segundos.

- É... você tem razão... é que ... eu sempre estive sozinho a vida toda então pra mim é algo meio novo....

Só que aí algo pipocou na sua cabeça. 

- Bom, teve meu irmão, mas nós não somos tão próximos....

Ok. Ser avoado é uma coisa, esquecer que tem irmão outra. Pelo visto estava mesmo precisando ajuda psicológica urgente. E pelo visto não eram nada próximos mesmo pra ter conseguido esquecer do sangue do seu sangue. 

- Bom, realmente acho que foi a tarde mais divertida pra mim até agora passar pela faculdade com a ... a... Anastasia. 

Maravilha, agora estava esquecendo o nome da amiga que acabou de conhecer. Isso já era mais falta de consideração, tinha até ganhado um beijo, poxa. Além de companhia pro dia seguinte. 

- Ela senta do meu lado na sala, então... acho que isso vai ser bom ~

Aí ele conseguiu relaxar um pouco e sorrir.

Um telefone toca, ele não era de Kagami e sim da mulher que conversava com ele.

Aozaki Touko.

Ela se vira e atende o telefone, ficando ali por alguns minutos.

"Me desculpe rapaz, mas parece que esse é todo o tempo que eu tenho disponível hoje."

Ela se levanta pegando a sua bolsa e apaga o cigarro.

"Eu estarei aqui depois de amanhã no mesmo horário, até lá eu gostaria de ouvir boas novas de você."

Ela sai da igreja acenando para Kagami.

-Hm ?

Não era daquelas pessoas de atrapalhar a ligação alheia então ficou em silêncio observando a psicóloga. Olhou pro seu relógio vendo que estava tarde, mas como ela o tinha ajudado tanto resolveu esperar um pouco, já que sair sem se despedir ou agradecer seria extremamente rude.

- Depois de amanhã, mesmo horário. Certo, muito obrigado por tudo, Touka-san ~

Ele sorriu animado, fazendo mais uma reverência como agradecimento. lembrou se também de que no dia seguinte teria que vir falar com o padre. 
Com as luzes lá fora apagando, parecia algo meio sinistro ficar sozinho na igreja, então ele saiu, parando um pouco pra olhar o pôr do sol na fonte. 

- Anastasia e Touko-san... ~ Como é o nome do padre pra falar amanhã mesmo...? ah sim, Kotomine Kirei. 

E ele resolveu ir até a entrada da universidade, já que já estava tarde. 

>>> Arredores - visão geral.

A igreja estava completamente vazia, sendo iluminada pela luz da lua que atravessava os vitrais. Estranhamente, o ar parece mais denso que o normal.

A garganta seca e o coração acelera. É estranho, é pertubador, o seu cérebro não para de dar sinais para você recuar, para você fugir e suas pernas lutam para se manterem em pé.

A igreja estava vazia como o costume, parece que Aozaki Touko não se encontrava na igreja hoje.

Após observar toda a igreja, Vegas não achou nenhuma escada. Aparentemente a igreja só possuía um único andar e só o mínimo para ser considerada uma igreja, parece um projeto inacabado que lembra bastante o corredor misterioso da universidade.

Chegando na igreja, se perguntou se Anastasia chegaria a tempo. Simplesmente entrou , procurando pelo responsável,  o Sr. Kirei.