O Telhado da Universidade é um dos pontos com a melhor vista do local, apesar de ser contra as regras entrar nele, de vez em quando pessoas lancham aqui, na maioria das vezes delinquentes ou pessoas estranhas. As grades do telhado são extremamente altas e curvadas para impedir que sejam escaladas.
Nunca ocorreram acidentes envolvendo suicídios, mas a direção não quer medir nenhuma chance.
Era um lugar secreto para Ivy e Vegas, ninguém nunca os achou ali, por isso eles conversavam e lanchavam naquele lugar vez ou outra, chegando lá um pouco empolgado o rapaz percebe que a garota não estava ali, seu olhar que no caminho estava animado ficou um pouco mais frio e irritado, mesmo assim Vegas caminhou até um canto do telhado onde poderia ver muito bem o céu, e deitou na sombra, suas mãos ficaram atrás da cabeça, os olhos no imenso azul do céu ele dizia para si mesmo com os pensamentos fixos em Ivy.
O rapaz parecia acordar de um longo sono, mas poderia perceber que não havia se passado tantas horas assim, deve ter cochilado apenas, que pena, seus pensamentos lhe levaram a um cochilo onde sonhava apenas com Ivy e seus momentos felizes, levantou o tronco, ficando apenas sentado ali e assim coloca a mão na testa como se estivesse deprimido de ter acordado, mas logo se levanta e caminha em direção a saída, procurando algum lugar interessante para ir.
Chegava ao local antes da garota, assim abrindo a porta deixando-a passar primeiro, logo depois ele vai para o terraço também, sentindo o vento que aquele lugar proporcionava o rapaz então sente uma forte dor de cabeça pelo fato de se lembrar de Ivy ali, mas não era naquele lugar, assim se apoia na parede colocando a mão na cabeça, no próximo segundo isso passa, o albino respira fundo e diz.
- Bom, o que vamos fazer aqui? Quer tentar achar pistas?
Entrou no lugar e abriu os braços, respirando fundo enquanto seus olhos brilhavam de sentir o vento que vinha dali de cima assim como observou a vista bela que tinha da universidade inteira. Deu alguns passos para frente, dando uma risada meio alta.
- Que lindo! Lindo demais! Não acha, Ve--... - Nessa hora que se virou, viu o rapaz parecendo se encontrar em dor e se aproximou rapidamente, preocupada. - Uhm...
Quis perguntar se havia algo o incomodando, mas, claramente era mais fechado e acabou aliviando a postura, procurando respeitar o espaço dele... Olhou ao redor de volta, segurando seu queixo enquanto pensava.
- Bem, poderia ser uma outra estudante que infringiu as regras do uniforme... Vamos nos certificar que vamos encontrar a verdade por de trás disso!
Começou a andar pelo telhado, procurando qualquer indicio de possível presença de alunos que poderia ter sido esquecida ali, ou até mesmo, se havia algum aluno infringindo regras como costumava acontecer. Lembrou-se do que Maki-senpai havia comentado a respeito do Vegas, mas, decidiu manter-se quieta.
Do topo do Telhado da Universidade era possível ver uma única garota observando a cidade abaixo, como uma figura de uma pintura ela parecia brilhar com o mesmo brilho vermelho do por-do-sol.
"Mas que por-do-sol lindo- Eu consigo imaginar o quão cativante essa vista deva ser para as pessoas que vivem aqui. É realmente uma visão linda."
"Uma pena que isso não existe de verdade. De fora parece ser um mundo calmo e pacífico. Uma pena que tudo isso irá acabar."
Ela suspira, continuando seu monólogo.
"Esse lugar é apenas uma imitação idealizada do mundo real, e ainda feita de mal gosto- Eu me imagino se existem algum valor para a memória de algo que só pode ser observado e depois deixado para trás."
Você não faz ideia do que aquela garota está falando, mas talvez ela seja a Chapeuzinho Vermelho que tanto falam?
Caminhando pelo terraço, o rapaz ouve algumas palavras, ele caminha até próximo de onde ouvia e logo viu uma garota, era não parecia real, não tinha nada físico, com as mãos nos bolsos se aproximou sem sorrir, deixou ela terminar de falar sozinha enquanto isso o rapaz respira fundo.
- Realmente, deve ser uma cópia barata, mas afinal, o que é realidade? Talvez nossa realidade possa ser uma mentira, ou sua realidade seja a nossa mentira.
Dizia olhando para o pôr-do-sol, estava um pouco atrás da garota, por isso ela não o via a principio, assim então o rapaz sorri de força forçada e diz em um tom baixo.
Ficou surpresa ao ver uma pessoa ali em cima, afinal. Ficou em silêncio enquanto lentamente seu rosto ficou lentamente mais tenso conforme processava tudo o que ela dizia, dando um sorriso meio nervoso enquanto aproximou a mão do seu corpo.
- Realidade..?
Foi a vez do Vegas falar, dando alguns passos para o lado, ainda em choque e tentando processar o que estava sendo dito. Juntou as mãos e se encolheu um pouco, claramente atordoada. Fechou os olhos. Sua cabeça estava doendo, parecia latejar...
Memórias... Respirou fundo e levantou o olhar, seus olhos brilhando de maneira determinada.
- A vida é temporária. - Depois daquele tempo quieta, voltou a falar. - E, mesmo assim, vivemos ela. E-Eu... Não sei o que está falando sobre ser real ou não, mas... Tudo é importante, independente de quanto tempo isso dure.
Piscou duas vezes. E-Espera... Ficou imediatamente vermelha e colocou as mãos no rosto, enquanto olhava para os lados, em choque.
- E-Errr! E-Eu acabei me empolgando! De-Des-- A-Aliás! - Colocou as mãos na cintura, tentando se recompor. - Você é uma estudante aqui?
Era possivel ver um sorriso se formando no rosto da garota enquanto ela lentamente se vira para encontrar Vegas e Sokeri.
O olhar dela era tão fixo que parecia que ela podia ver coisas que outros não conseguiam, brilhando com uma intensidade que rivalizava com o vermelho do Sol.
"O que é isso, um aviso do Sistema? Obrigado por vir me entregar."
Isso era o que a garota esperava, mas após Vegas e Sokeri se olharem tentando decidir o que ela estava falando, a garota percebe o seu erro.
"Huh, não é isso? Então isso significa que vocês são uns daqueles NP- digo, estudantes..."
Ela abaixa a voz murmurando para ela mesma.
(Se um NPC irrelevante pode chegar até aqui, eu acho que eu vou ter que achar outro lugar pra passar o tempo.)
Ela então balança seus cabelos no ar e se aproxima de Sokeri.
"Bem, pelo menos essa é uma boa oportunidade para dar uma olhada em um de vocês, ei você garota. Pode ficar parada por um instante?"
Ela então toca com o indicador dela na bochecha de Sokeri e após uns 3 segundos ela solta ficando calada por alguns segundos.
Encarava a garota, ele queria respostas, mesmo não acreditando no que ela falava, ele precisava saber de muitas cosias e então ela falou sobre dar uma olhada, o rapaz percebe ela se aproximando de Sokeri e assim após toca-la o albino trinca os dentes por não obter as respostas que queria, fecha os punhos e logo então permanece parado, sussurrando para si mesmo.
- Eu preciso de respostas, eu tenho perguntas que os outros não podem responder.
Seu olhar estava verdadeiramente confuso enquanto observava tudo aquilo até a garota de vermelho se aproximar. Ficou parada e acabou fechando os olhos e se encolhendo um pouco mais por reflexo. Estava tentando entender o que significava tudo aquilo, realmente se esforçando.
Quando a garota afastou a mão, levou a mão ao rosto, tocando o local que foi tocada, tentando o que ela fez.
No que parecia ser um timming perfeito, Issei aparece na porta do Terraço.
"Ah, vocês ainda estão aqui? Já está quase na hora de ir embora, vocês deviam começar a se preparar para ir embora... uh? Qual o problema de vocês, parecem meio pálidos."
A voz de Issei puxa os dois de volta para a realidade. Seria tudo isso fruto do cansaço de ambos?
Issei então se vira e vai embora, já tendo passado seu recado.
O albino então caí em si, olhando para os lados quase como procurando algo, aquela garota não saia da sua cabeça junto as lembranças de realidade, assim então ao ouvir as palavras do rapaz, ele olha para a porta e caminha em direção a tal, em silêncio, foi tudo em vão, tudo.
Deu um pequeno sobressalto quando a garota desapareceu e olhou ao redor, completamente confusa e atordoada. Olhou para Vegas em seguida, quase como se perguntasse se ele sabia sobre aquilo tudo, ou se não era somente ela que--
- AAAAAAAH!
Deu um pulo para trás quando Issei apareceu, ofegando um pouco e seus olhos imediatamente lacrimejaram, partindo para cima do rapaz com os punhos levantados e começou a dar soquinhos leve no peito dele. Literalmente apenas para descontar sua frustração. Estava completamente vermelha de vergonha.
- Não me assuste poxa! Aaaaaaaah! - Parou em seguida, fazendo uma cara emburrada e bufou em seguida, tentando se conter para não chorar. - Mrrrrrrrrrr...
A cara emburrada estava se transformando rapidamente num biquinho e cara de choro.
Issei se surpreendeu com a reação de Sokeri e logo se desculpou.
"A-ah, mil perdões não era a minha intensão assustar você. De qualquer forma, você deveria se preparar para ir para casa, não quero que os alunos da faculdade sejam vitimas desses esfaqueadores."
Respirou fundo, ainda vermelha, procurando se acalmar e olhou por cima do ombro para o cenário atrás de si, pensando sobre o que havia visto. Como assim esse mundo não era real? Se negava a aceitar aquilo, a acreditar naquilo.
Mesmo se fosse verdade, iria aceitar? Não sabia o que pensar naquele momento, apenas...
Apenas não queria acreditar que cada pessoa ali importava.
Com um suspiro, meio cabisbaixa, decidiu seguir para o clube do jornalismo para reportar o que descobriu.
Quando finalmente chegou, seu peito subia e descia sem cessar, sua garganta estava seca e sentia-se um pouco tonta, mas nada disso realmente a incomodava. Ela acreditava que já sentiu dores piores, mas ao mesmo tempo não sabia de onde vieram. Sua cabeça não conseguia organizar uma ideia sequer e quanto mais procurava uma razão para não fazer o que estava no bilhete, mais a vontade tinha de faze-lo. O que tinha a perder? Sua vida? Poderia dizer que estava vivendo?
Abriu a boca, procurando alguma coisa para dizer, qualquer coisa. Mas as palavras não lhe vinham. Lagrimas silenciosas rolavam por sua bochecha enquanto os lábios ainda estavam entreabertos. Mas nada seria dito.
Anastasia voltou a correr. Descobriu que gostava bastante disso.
Ela não cessou quando o chão sob seus pés sumiu.
Apenas pulou em direção ao jardim da igreja com toda a força que tinha.
E fechando os olhos, apenas sentiu a brisa fresca brincar com seus cabelos.
Anastasia então despencou dos céus como um anjo sem asas.
Imagens viam em sua cabeça...
Ela como criança olhando pela janela enquanto crianças brincavam; o teto da sala de hospital que ficou; os médicos que nem faces tinham para ela; a festa de aniversário que ela nunca teve...
Uma casa em chamas, uma família dizimada, uma infancia destruída.
Uma vida em cinzas.
Ela abriu os olhos por um segundo, vendo o telhado ficar cada vez mais longe.
Os segundos pareciam se tornar minutos e os minutos horas. Horas se tornavam dias, dias se tornavam meses, meses se tornavam anos.
Um segundo, uma eternidade, uma vida.
Ela tinha acreditado no bilhete, mas a verdade era apenas que a vida era melancólica e horrível de se viver. Viver era cansativo, viver era deprimente.
Pessoas mataram sua familia. Pessoas se matam.
Então qual seria o problema de se matar?
Ela sorriu.
No final ela sentiu apenas um impacto. A morte foi rápida, a dor foi intensa demais para o cérebro captar.
O moreno adentrava o local com cuidado. Estava a procura da jovem que lhe falaram. Sua reputação precedia a de uma boa "hacker", entretanto Archer não se atentava a essa palavra que desconhecia, acabava de aprendê-la e juntá-la as suas demais informações. Todavia sabia que estava ligada ao fato de que ela conseguiria desbloquear possíveis rotas, ao menos era uma das pistas.