por Jessie Jaimes Qua Fev 22, 2017 2:10 pm
** A loira estava distraída em suas buscas, chegou a encontrar artigos sobre mitologias aborígenes e outras páginas mais filosóficas. Nenhuma porém, se assemelhava ao que ela buscava. Não havia nenhum traço similar, peculiaridades, não havia nada. É claro que levando em consideração, o tempo que estava realizando sua pesquisa, uma pessoa lhe ajudando pelos livros, esperava-se encontrar resultados rápidos, a verdade era nua e crua, nada de útil tinha sido encontrado até o dado momento. Em meio as digitações e cliques, Jessie ficou imóvel. **
Quão melancólico é esse som? Emana uma tristeza tão grande dentro de mim, e ao mesmo tempo, me atrai de tal forma que não consigo parar de ouvi-lo. É um...violino? Isso, é um violino. Lembro-me agora quando meus pais tentaram me fazer aprender, aos 7 anos de idade. Pratiquei, não por muito tempo. A postura me incomodava, não tanto quanto à coordenação motora. Sou canhota por natureza e eles me forçaram a aprender a tocar com a destra. Não preciso nem dizer que isso ocasionou minha ruína, não é? Mas...espera, tem algo de errado. Que lugar é esse? Que estranheza, não me lembro de estar aqui antes, nem d- O QUE?
** Pausa brusca para reação - na visão. **
O desespero tomou conta de mim, pânico, ansiedade, adrenalina, não sei o que fazer quanto a isto, é tanto sangue jorrando, e essa faca, essas coisas nas mãos dessa pessoa, nas minhas mãos? Não sei, não consigo entender o que está acontecendo. Só sei que preciso sair daqui o quanto antes, preciso de ajuda, preciso ajudar essa pessoa, ou seriam essas pessoas? Ou seria eu a pessoa a ser ajudada? Já não tenho noção do que é real e o que não é, sinto um enjoo forte, uma ânsia de vômito percorre meu ser, trêmula, com dificuldade para respirar - causada pela inquietação - e quando me debruço sobre o chão para pensar em algo, estou de volta na frente do computador. O que raios foi isso? Aquela música parou, tudo está quieto na sala da biblioteca, meu corpo ainda estremece e minha respiração está ofegante. Estou mesmo tendo lapsos de memória? Ou devaneios? Eu precis - espera, quem me chamou?
** Jessie encarou o salão da biblioteca por cima da tela do monitor, e encontrou a sua acompanhante, era Rose. Estava tão pálida quando ela, e o mais interessante, sua mão...a mão que ela segurava também tinha uma marca, semelhante. Foi correndo até a jovem e acabou esbarrando no homem que estava nas proximidades. **
- Desculpe moço.
Eu disse para ele quase instintivamente, esbarrei por não ter calculado propriamente a distância, apoiei minha destra em seu ombro para reforçar meu gesto - não propositalmente, mas ele poderia ver minha marca. E assim fui até a oxigenada. Sim, o loiro dela não pode ser natural, como o meu. Segurei o seu pulso com um pouco de força, não que eu quisesse, estava assustada, tanto ou mais quanto ela. Depois que me dei conta do tamanho da força colocada no ato, relaxei e tomei mais cuidado ao segurá-la.
- O que é isso Rose? Minha nossa, sua marca é parecida com a minha, está vendo? Quando você a recebeu? O que aconteceu nesse meio tempo? Eu achei que estivesse em outro lugar, e tinha uma música, pessoas, sangue, uma faca, tinha eu...acho que estou surtando de vez. Não é possível que isso tenha acontecido. Só não compreendo como você pode ter uma tatuagem tão parecida assim? O que diabos é isso?