Ao fechar os olhos, nossa visão é "apagada" a visão se torna enegrecida para um descanso temporário (ou eterno) porém ao fechar os olhos, Louise não se via imersa nas sombras onde geralmente deveria descansar, seu corpo parecia mergulhar em um oceano a qual a água não lhe refrescava, lhe queimava, estava perdida, flutuando aparentemente mesmo estando em pé, suas costas queimavam como se um sol a tocasse, suas veias estavam em chamas como se ao invés do sangue carmesim fosse revestido de labaredas flamejantes. Se encontrava em um salão feito completamente de ouro, uma arquitetura antiga mas sem deixar de ser moderna era completamente feita de ouro revestido com diversas pedras preciosas com diversas cores, o salão não estava vazio, tão pouco silencioso, a música clássica contavam histórias de bravos guerreiros a qual triunfaram sobre o exército maligno, os bardos cantavam em uma espécie de coral enquanto todos pareciam dançar felizes, nenhum homem estava armado ou preparado para uma batalha, nas mesas ao canto destro do salão haviam mesas de madeira com um pano branco com vermelho sobre-as, estava farta de comidas e bebidas, haviam diversos homens bêbados.
— Me permite esta dança?
A voz masculina veio de trás da garota, curvou-se de forma tranquila enquanto ambos os olhos focaram no rosto da menina. Um homem trajando uma roupa festiva branca com símbolos vermelhos, seus cabelos enegrecidos estavam presos por uma fita roxa, roxo a qual era a coloração de seus olhos penetrantes. Sem ao menos conseguir responde-lo a mão de Louise já foi domada, mesmo aparentando uma espécie de "abuso" vindo da parte do rapaz, ela não se sentiria atacada, deslizou a canhota pelas costas de Louise até chegar em sua lombar, puxando a garota para mais perto. Um sorriso charmoso se desenhou nos lábios do homem enquanto começava a conduzi-la em uma valsa tranquila, a dança não era exatamente a valsa, mas lembrava muito devido ao movimentar dos corpos, forçando-a a girar no próprio eixo vez ou outra. Mas em determinado momento da dança, os olhos se focaram, ambos os olhos roxos estavam se encarando enquanto com o mesmo sorriso charmoso e até mesmo galanteador o moreno sussurrou para a garota, o tom era audível apenas para ela.
— Eu lhe perdoo por insultar o nascer do sol e seu cair com sua beleza, insultar todas as flores a qual ao seu passar começam a murchar de vergonha.
Sua voz era tranquila, falava de forma direta em direção a ela como se não existisse mais ninguém naquele local, a garota começava a se sentir quente, o lugar em si era quente mas estar próximo a ele e ter seus olhos nos olhos dele era como encarar dentro de um vulcão. Permanecendo dançando por mais alguns minutos até a musica que declarava a vitória sobre o mal acabar, parando de dançar aos poucos enquanto todas as outras duplas afastavam-se para se despedirem, o moreno permaneceu segurando-a, focado em seus olhos. — Eu sinto como se um adeus não fosse o suficiente. Espero vê-la novamente, mas se os deuses me amaldiçoarem para que seu rosto eu seja impossibilitado de ver, eles não poderão me tirar este momento. — Estava certo do que iria fazer, não parecia exitante e não tinha em momento nenhum sua voz trêmula perante a situação, aproximou os lábios aos da garota a que parecia conhecer a muito tempo, selou-os por um breve momento, naquele momento, aquele toque transmitia não apenas o calor a qual já estava no local, nem o calor a qual da vergonha que ela sentiria, transmitia um calor especial. Afastou então os lábios, seus olhos voltaram a encontrar os dela, um passo para trás afastou o corpo dos dois, o moreno abaixou o rosto perante ela, mas sua mão direita permanecia segurando a mão da garota como se não quisesse partir.
— Que os bardos cantem sua beleza e este momento... — Ao dizer isso, soltou a mão de Louise, o calor que ela sentia aos poucos desaparecia enquanto o moreno se afastava, perdendo-se entre a multidão a qual estava dançando e rindo.